Sao José - Histórico

                O bairro foi criado pela Lei 2022 de 7/12/59. Possui uma área total de 212ha, cuja densidade, segundo o IBGE, é de 137 hab/ha. Seus limites atuais são: Rua Dona Firmina, da esquina da Avenida Bento Gonçalves até a junção com a Rua 26 de Dezembro; desta, por uma linha reta, seca e imaginária, até encontrar a Rua Ângelo Barcelos, junto ao Arroio do Moinho e ao longo deste curso de água, sempre em direção norte-sul até encontrar a Rua Aquidaben; desta até a Rua São Guilherme; desta em toda a sua extensão, inclusive o previsto prolongamento até a margem do Arroio Dilúvio, da margem deste braço líquido, em direção leste/oeste, até encontrar a Estrada do Beco do Salso e desta até a Avenida Bento Gonçalves, em direção centro, até encontrar a Rua Dona Firmina.

                O bairro São José tem sua origem no antigo arraial de São José, loteamento implementado em 1875 por José Inácio Barcelos, que organizou uma ampla divulgação de seus terrenos para melhor comercializá-los. É erigida, na área, uma capela em homenagem a São José, que teve sua primeira missa realizada no dia 11 de abril de 1880. Nos dias de hoje, a Igreja é responsável por um acontecimento muito importante na vida católica da capital: a procissão da paixão de Cristo, tradição que atrai anualmente milhares de pessoas.

                Além deste loteamento, se desenvolveu no bairro um núcleo populacional sem uma maior ordenação, o Morro da Cruz, conhecido antigamente como “Chácara José Murialdo”. Neste local, podemos encontrar imigrantes de vários pontos do estado, como São Francisco de Paula, Bagé, Minas do Butiá, além do estado de Santa Catarina. “Algumas pessoas chegaram na década de 60 quando (Ildo) Meneguetti fez as reformas nas favelas do centro, removendo-as para a periferia” conforme a antropóloga Cláudia Fonseca. Apesar de alguns autores exaltarem o ambiente no morro, tratando-o como um local que possui qualidades de metrópole como escolas, hospitais, transportes e um “ar” da Campanha, certamente não se pode deixar de ressaltar as precariedades existentes nestes locais, como por exemplo, o fato de que, nos anos 80, 35% da população ainda não possuía água encanada e serviço de lixo, ou que 20% da população é analfabeta. Atualmente, dentro da realidade de Porto Alegre, o bairro São José e o Morro da Cruz não são os únicos locais a possuir estas tristes e marcantes características. 

Fonte: História dos bairros de Porto Alegre