Bom Fim - Histórico

                Inicialmente chamada de Campo da Várzea, uma área pública de aproximadamente 69 hectares que servia para a guarda do gado trazido para o abastecimento local, teve sua denominação alterada para Campo do Bom Fim, em função da construção da Capela Senhor do Bom Fim, localizada junto ao futuro prolongamento da rua Barros Cassal. A construção da capela teve início em 1867 e conclusão em 1872.

                Até o final do século XIX, o Campo do Bom Fim se manteve sem grandes alterações: poucas casas, algumas chácaras e sítios, matas nativas que, muitas vezes foram utilizados como refúgio dos escravos. Após a abolição, muitos libertos que não tinham para onde ir, abrigaram-se nessa região, que passou a se chamar popularmente  “Campo da Redenção”.

                Na segunda década do século XX, começaram a chegar as primeiras famílias judaicas em Porto Alegre, que se instalaram nas imediações da Avenida Bom Fim, atual Av. Osvaldo Aranha desde 1930, e em suas transversais como a rua Santo Antônio, a rua Silveira Martins, hoje rua Gen. João Teles e a rua Dom Afonso que, posteriormente, chamou-se Ramiro Barcelos. A comunidade judaica foi construindo suas casas, seu templo de oração – Sinagoga - pequenos comércios e oficinas que, mais tarde, vem a formar um bairro residencial e comercial, especialmente equipado por lojas de móveis. Desde 1944, o Hospital de Pronto Socorro funciona nas esquinas das avenidas Venâncio Aires e Osvaldo Aranha.

Avenida Oswaldo Aranha sendo pavimentada, ainda sem as palmeiras, na década de 1920. Fotos Antigas Prati

                No que se refere a lazer e cultura o Bom Fim sempre apresentou um perfil bastante diversificado. Em 1931, foi inaugurado o cinema Baltimore, localizado na Av. Osvaldo Aranha, com instalações modernas e confortáveis, apresentando filmes sonoros, novidade para época. Muitos bares e restaurantes tradicionais como O Fedor, freqüentado pela comunidade judaica que se reunia para trocar idéias, o Bar João e a Cia das Pizzas. O mais antigo era o Bar e Restaurante Minas Geraes. Nas décadas de 70 e 80, tivemos o auge da música que referenciava o Bom Fim, pelas composições de Nei Lisboa e Kleiton & Kledir. É lembrado até hoje por sua boemia e intelectualidade.

                Foi reconhecido como bairro através da Lei 2022 de 7/12/1959, ficando limitado pela Avenida Osvaldo Aranha, da esquina da rua Sarmento Leite até a Felipe Camarão, até a rua Castro Alves, sempre paralelo a Avenida Independência.

Fonte: História dos bairros de Porto Alegre