Azenha - Histórico 

                O significado da palavra que deu origem a denominação do bairro Azenha – “moinho de roda movido à água; atafona” – vincula-se à atividade de moagem de trigo que foi iniciada na região em meados da metade do século XVIII, por iniciativa do açoriano Francisco Antônio da Silveira, que possuía extensas plantações junto aos altos do atual bairro. Conhecido popularmente como o “Chico da Azenha”, foi o primeiro plantador de trigo e fabricante de farinha de Porto Alegre e, para tanto, utilizou-se do trecho do Arroio Dilúvio, antigamente denominado como Arroio da Azenha, no represamento da água necessária para o funcionamento de seu moinho. 

Ponte da Azenha em 1929, Fotos Antigas Prati

                Mas, o Arroio que beneficiava o moinho, também colaborava para o isolamento de boa parte da região leste e sul da cidade. Assim, foi construída uma ponte de madeira que, até metade do século XX, passou por inúmeros reparos e substituições, em decorrência das enxurradas do Arroio. Apesar da precariedade de acesso ao bairro, a ponte era o modo de contato com a estrada do Mato Grosso que, mais tarde, ficou conhecida como Caminho da Azenha, bem como estabelecia o vínculo de Porto Alegre com a antiga capital, Viamão. A atual ponte, mais larga e mais sólida que as anteriores, foi iniciada em setembro de 1935 e concluída no ano seguinte pelo Intendente Alberto Bins.

Av. Azenha e Avenida Oscar Pereira, Fotos Antigas Prati 

                Com o final da Guerra dos Farrapos, o bairro assume novas características, tendo em vista a transferência dos três cemitérios da Cidade para o alto de suas colinas, sendo o primeiro deles, o da Santa Casa, em 1850. Assim, melhoramentos no bairro passaram a ocorrer, sobretudo quando se aproximava o Dia de Finados. No ano de 1864, a rua conheceu a “maxambomba”, um veículo de transporte coletivo, que se dirigia ao Menino Deus através da Azenha. 

                Conforme Sérgio da Costa Franco, o bairro ganhou relevo no romance de Josué Guimarães, Camilo Mortágua, cujo principal personagem residiu, durante algum tempo, numa casa de cômodos fronteira ao antigo Cinema Castelo. Este cinema, aliás, foi considerado o maior da história de Porto Alegre, com mais de 3 mil lugares. 

                A Azenha foi criado pela Lei 2022 de 7/12/59, com limites alterados pela Lei 4685 de 21/12/79. Trata-se de um bairro que é uma das principais vias de passagem de Porto Alegre, possuindo um forte comércio, especialmente com relação às lojas de autopeças. Situa-se no bairro um dos mais antigos hospitais da cidade, o Ernesto Dornelles, inaugurado em 1962, situado entre a Av. Ipiranga e rua Freitas de Castro, em uma área de 11 mil quadrados.

Fonte: História dos bairros de Porto Alegre