Ipanema - Histórico

                O bairro Ipanema foi criado por lei que data de 1959.

                As origens do bairro remontam ao início da década de 1930, quando o Ipanema não passava de uma grande zona rural de Porto Alegre. Locais vizinhos como a Pedra Redonda, Tristeza e Cavalhada já apresentavam ocupação anterior a esta data, mas o Ipanema ainda era uma região desabitada. Dessa forma, Oswaldo Coufal comprou uma parte da propriedade então pertencente a Otto Niemayer, para em seguida loteá-la. O bairro era caracterizado por ser uma zona de cultivo de arroz, milho, aipim e frutas, além da presença de gado leiteiro. Toda essa produção era obtida através da irrigação que o Arroio Capivara proporcionava à região. A única possível via de acesso ao Ipanema era pela Estrada da Cavalhada.

                O bairro foi assim batizado por Oswaldo Coufal, que desejava homenagear a homônima praia de Ipanema, na capital carioca. Com a chegada dos primeiros moradores ao local, a idéia da construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida tomou corpo em 1937, com o forte incentivo de Dea Coufal (esposa de Oswaldo e hoje nome de uma rua do bairro). No entanto, algo que parece deixar claro o quanto o bairro permaneceu ainda um tanto desconhecido é o fato de que o primeiro pároco da Igreja assumiu seu posto apenas em 1959. Com estilo espanhol colonial, da Igreja parte a

tradicional procissão dos motoqueiros, no dia 12 de outubro.

                Durante as décadas de 50 e 60, o Ipanema passou a ser um bairro não apenas de veraneio, mas também residencial. Moravam às margens do Guaíba alguns dos profissionais liberais mais bem sucedidos da capital, como médicos e advogados, o que dava um caráter aristocrático ao bairro. Por estas características balneárias, o bairro se tornou local de várias sedes campestres, como a da AABB e a da Fundação Rubem Berta. No entanto, ao final da década de 60, a região perde sua balneabilidade devido aos progressivos problemas de poluição que começavam a criar dificuldades em Porto Alegre.

                Passando pelas mesmos problemas ambientais da maioria das demais praias da capital, o Ipanema ficou esquecido pelas autoridades durante a década de 1970 e início da de 1980. Com isso, reclamações da população envolvendo o Arroio Capivara, como constantes alagamentos e mau cheiro foram deixadas de lado. Entretanto, o córrego foi canalizado em algumas partes.

                A partir da segunda metade da década de 80, o Ipanema volta a ser motivo de atenção, graças aos projetos de Prefeitura sobre a construção de um aterro, que aumentaria a largura da faixa de areia da praia. No entanto, o projeto não foi adiante pela discordância entre a população do bairro e o governo municipal. 

                No início da década de 1990, a Prefeitura elaborou um novo projeto paisagístico e urbanístico para o Ipanema, dentro do programa Guaíba Vive. No entanto, a retirada dos bares irregularmente instalados na beira da praia foi extremamente longa, tendo sido essa polêmica iniciada em 1989 e somente encerrada em 2000. Entretanto, a própria Prefeitura pôs o antigo plano em banho-maria, pois acreditou ser necessário um novo projeto que abarcasse o planejamento de toda a orla do Guaíba conjuntamente, e não cada bairro ter seu próprio modelo.

                No início de 2004, o Morro do Osso, localizado no norte do bairro, foi ocupado por cerca de 25 famílias de índios caingangues, que afirmam ser antigos moradores do local, devido à presença de um cemitério indígena na região. Até os dias de hoje, a situação não foi definida.

Fonte: História dos bairros de Porto Alegre