Cavalhada - Histórico

                O bairro Cavalhada, segundo o Censo do IBGE de 2000, continha 19854 moradores, em uma área de 357 hectares. Apresenta-se no sentido norte-sul, percorrendo uma longa faixa desde o Cristal até Vila Nova e Ipanema.

                A origem do nome do bairro é bastante remota e remete ao século XVIII, quando o sesmeiro André Bernardes Rangel teve expropriadas suas terras para a constituição de um campo para a guarda da cavalhada pertencente à Fazenda Real, a serviço de Porto Alegre. Por ter atuado por 20 anos com esses propósitos, o local ficou conhecido como Cavalhada d’el Rey ou Campo da Cavalhada. Com a devolução do rincão ao mesmo sesmeiro, a Fazenda Real se transferiu para Viamão. Entretanto, houve denúncias de que André teria conseguido a devolução de uma terra pela qual já havia obtido indenização, mas aquelas terras não voltaram à posse governamental.

                Assim como a maioria dos bairros da Zona Sul, a Cavalhada sofria com as dificuldades de comunicação com o centro de Porto Alegre. Os moradores precisavam se deslocar a pé ou por carroças até o bairro de Teresópolis para conseguir embarcar no bonde que partia da região em direção ao Centro. A única via de acesso então era a Estrada da Cavalhada, que abrangia todas as atuais Avenidas Carlos Barbosa, Teresópolis, Nonoai e Cavalhada, ligando o bairro da Azenha ao Ipanema, então uma região praticamente rural. A partir da década de 50, com o asfaltamento da Estrada, se tornaram populares no bairro as corridas de “baratinha” (apelido dado aos carros de corrida de Fórmula 1, pelo seu formato), que percorriam a Rua Otto Niemayer até a Tristeza, passavam pela Pedra Redonda e Ipanema e retornavam pela Estrada da Cavalhada, nas chamadas “12 horas de Porto Alegre”. 

                Com o crescimento urbano, cada trecho da Estrada da Cavalhada foi separado com uma designação própria, e a Avenida Cavalhada passou a ser assim denominada por lei de 1957. As facilidades de acesso ao bairro proporcionou sobremaneira o desenvolvimento da região, que cresceu vertiginosamente a partir de então.

                No entanto, com o crescimento do Cavalhada, problemas típicos foram se acumulando, principalmente a partir da década de 70: o Arroio Cavalhada, um dos mais longos de Porto Alegre (nasce próximo ao Sanatório Belém, em Belém Velho, até desembocar no Rio Guaíba) se tornou extremamente poluído e sujeito a inundações e desmoronamentos em suas margens. Apesar das inúmeras reclamações dos moradores, em alguns pontos do arroio a canalização acabou ficando por responsabilidade dos próprios habitantes, enquanto que em outros a Prefeitura canalizou definitivamente o córrego. Atualmente, o arroio segue com graves problemas de poluição.

                A presença de instituições de auxílio a populações carentes é marcante, como o Instituto Santa Luzia, entidade de apoio e educação para deficientes visuais, bem como o Cidade de Deus, ligado ao Departamento do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, que desde 1960 auxilia a população do bairro na tentativa de melhoras das condições de vida. Fazem parte do bairro grandes loteamentos como Parque Madepinho e Jardim das Palmeiras.

                A duplicação das Avenidas Cavalhada e Eduardo Prado estimulou a construção de condomínios fechados durante a década de 90, diferenciando uma parte do bairro da antiga conformação, na qual se destacavam prédios de menor porte. Com isso, o comércio, que já se localizava nas principais avenidas do bairro, apresentou um novo crescimento, tornando o Cavalhada praticamente auto-suficiente nesse sentido.

Fonte: História dos bairros de Porto Alegre